terça-feira, 30 de novembro de 2010
Gosto mais deste género...
Chaves na mão, melena desgrenhada,
Batendo o pé na casa, a mãe ordena
Que o furtado colchão, fofo e de pena,
A filha o ponha ali ou a criada.
A filha, moça esbelta e aperaltada,
Lhe diz coa doce voz que o ar serena:
- «Sumiu-se-lhe um colchão? É forte pena;
Olhe não fique a casa arruinada...»
- «Tu respondes assim? Tu zombas disto?
Tu cuidas que, por ter pai embarcado,
Já a mãe não tem mãos?» E, dizendo isto,
Arremete-lhe à cara e ao penteado.
Eis senão quando (caso nunca visto!)
Sai-lhe o colchão de dentro do toucado!...
Nicolau Tolentino
Sempre ouvi a minha avó a recitar este poema, e dizia-o tão bem, que eu revia a cena sempre que ela o dizia, e ria com gosto.
Quando mais tarde, já no Liceu, estudei a poesia de Nicolau Tolentino, adorei encontrar este pedaço da minha meninice.
Tive um livrinho pequeno sobre Literatura (devo tê-lo perdido...) em que estava esta poesia e esta gravura, mas estes, "roubei-os" de um blog que apanhei na Net.
...
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Piadinhas da "caserna"??? Estes versos do Nicolau Tolentino são muito "brejeiros" comparados com a "profundidade" do meu "Noivado do Sepulcro"...
ResponderEliminarÉ bem engraçado o poema. Divertido, bem humorado e, francamente, prefiro um colchão de penas a esqueletos estejam lá onde estiverem...até porque com o frio que faz, só pensar em esqueletos é de arrepiar.
ResponderEliminarDesculparás Stella mas já que se trata de "competição"...prefiro o Nicolau (eheheh)
Eu já calculava... Vocês para "românticas" falta-lhes, no mínimo, um kilómetro de distância... Não sabem apreciar o que é de fazer "chorar as pedras da calçada"!!!
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