Sabem quem é?
Margarida, minha mãe.
Nos anos 40 do século passado...
Hoje acordei com ela no pensamento. Não é nada estranho pois anda lá sempre....
E então lembrei-me de vir aqui dizer umas coisas.
Para mim, as pessoas não morrem, elas estão sempre nos nossos pensamentos, nas nossas recordações e. se quiserem, nas nossas saudades!
Quem me conhece, e conhecia a Margarida, sabe como era a nossa relação. Aos outros, o que posso dizer? Que era minha mãe , que gostava muito dela...que vivi com os meus pais até casar...aos 30 anos... (pode ter sido por preguiça de iniciar uma vida sózinha...pode ter sido por gostar muito de manter tradições...).
Mas o certo é que tínhamos uma relação muito engraçada. Ela era muito divertida; sempre, ou quase sempre, bem disposta; conhecida por "Verbo ir"... ( quando eu lhe perguntava se me queria acompanhar numa das minhas viagens, já ela estava com as malas à porta! ); adorava cinema, assobiava lindamente (foi ela quem nos ensinou, a mim e ao meu irmão, a assobiar...), como era natural de Balença do Minho, dizia tudo com Bs, não conseguia dizer um único V...quando tentava dizia que fazia muito esforço!Há um episódio muito engraçado com isso :
Tinham um senhor amigo que se chamava Bento, e um dia diz a Margarida para o meu pai: "Olha lá, Bento escreve-se com B ou com B ??"
E o meu pai cheio de boas intenções lá diz : " Vento de ventar é com V, e Bento, nome de pessoa, é com B" e logo, a Margarida :" Ah, já percebi : bento é com B e Bento é com B ! "...e foi-se embora!
Imaginem a cara do Adelino!
E por hoje já disse muitas coisa, qualquer dia digo mais. Gosto muito das histórias dela, e gosto muito de as partilhar com os nossos "amigoas". E fico sempre muito satisfeita de falar dela, de a recordar com as suas loucuras e sempre com alegria.
Aliás, ela estava sempre a dizer "Ainda se hão-de lembrar muito de mim!"
E é verdade, pois como a Sofia e a Patrícia ainda a conheceram por muito tempo, sabem frases dela e histórias e já as passámos aos neteados, que também a conheceram por vários anos e até a Constança já canta, principalmente na piscina ; "Frescura, frescura, frescura das praias, entra o ventinho por baixo das saias..."
Correcção: ..., entra o "bentinho" por baixo das saias... (à boa maneira margaridinha!)
ResponderEliminarAlém do 1º comentário que fiz (de brincadeira), tenho que dizer que adorei o que escreveste, adorei ver a foto do "Pastelinho de bacalhau" (linda de morrer) e que, se calhar só escrevi aquela piadinha para aliviar a lagrimita que já tinha no canto do olho por reviver o quanto gostavas da tua mãe e quão engraçada era a vossa relação. Bem hajas por isso e... por tudo o resto.
ResponderEliminarBeijos grandes, amiga!
Stella
Ahmmmm, que linda avó Margaridinha.
ResponderEliminarUma querida, divertida, brincalhona. Que saudades!!!
Até a Constança já canta as frescuras ??? Ehehehe
E onde ela entrava sempre com a sua boa disposição, vinha o avô Adelino atrás a bufar... "Hoje há palhaços!!!"
Conta mais histórias, são tão boas de relembrar :)*
Ela era muito, muito querida e divertida, e viverá para sempre nos nossos corações:)
ResponderEliminarQuerida Bé,
ResponderEliminaraqui está esta janela indiscreta para a sua vida! Deve ter sido uma mulher extraordinária, a sua mãe. E a Bé herdou os genes! De vez em quando virei aqui espreitá-la! Adorei a tarde (e a noite!) de ontem. Obrigada pela excelente companhia.
Vera
Querida Bé,
ResponderEliminarDe fugida, entre viagem, Lisboa e partida para o Alentejo (onde não há net), estou a cuscar os Blogs das minhas amigas e a enviar alguns comentários (até para não se esquecerem de mim...eheh).
É bom podermos partilhar os nossos sentimentos e experiências desta forma.
Os desgostos e as saudades fazem parte da vida embora às vezes seja difícil ajeitar essa realidade na nossa cabeça. Pelo menos na minha.
Um gande beijinho